
A crescente demanda por energia elétrica e a busca por fontes renováveis têm impulsionado a adoção de sistemas de armazenamento de energia por baterias (BESS). Essas soluções não apenas promovem a sustentabilidade, mas também oferecem aos consumidores a oportunidade de reduzir suas contas de luz e minimizar o desperdício de energia limpa.
De acordo com a Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABSAE), o mercado brasileiro de armazenamento de energia elétrica tem o potencial de atrair mais de R$ 44 bilhões em investimentos até 2030. Desse montante, cerca de R$ 14 bilhões seriam destinados a soluções fora da rede em comunidades isoladas, especialmente na Amazônia legal, enquanto outros R$ 14 bilhões seriam direcionados a sistemas de gerenciamento de energia para consumidores que buscam reduzir custos e otimizar o uso de energia.
Markus Vlasits, presidente da ABSAE, destaca a importância de políticas de incentivo para viabilizar esses investimentos.
“Para que o armazenamento se torne ainda mais competitivo, é necessário que ele seja tratado da mesma forma que outros bens de capital do setor elétrico. Isso inclui a criação de um marco regulatório específico para o armazenamento de energia, proporcionando regras claras e segurança para investidores”, afirma Vlasits.
Operação e desafios
A implementação de sistemas de armazenamento permite que consumidores armazenem energia durante períodos de baixa demanda ou quando a produção de fontes renováveis excede o consumo. Essa energia pode ser utilizada nos horários de pico, quando as tarifas são mais elevadas, resultando em economia significativa na conta de luz. Além disso, o armazenamento contribui para a estabilidade da rede elétrica, evitando desperdícios e garantindo um fornecimento mais confiável.
Entretanto, desafios como a alta carga tributária sobre equipamentos de armazenamento ainda persistem. Atualmente, sistemas de baterias são tributados como produtos de luxo, com alíquotas que variam de 55% a 70%, o que pode inviabilizar muitos projetos. A ABSAE defende uma revisão dessa política fiscal, alinhando a tributação dos sistemas de armazenamento aos padrões aplicados a outros bens de capital do setor elétrico.
Em suma, a adoção de sistemas de armazenamento de energia por baterias representa uma solução eficaz para reduzir custos para os consumidores e otimizar o uso de energia limpa. Com políticas adequadas e incentivos fiscais, o Brasil pode avançar rumo a um futuro energético mais sustentável e eficiente.
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