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Estudo da Aurora Energy Research aponta que baterias são caminho mais econômico para oferecer flexibilidade ao sistema

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    ABSAE
  • 20 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: há 1 dia

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A consultoria internacional Aurora Energy Research divulgou um estudo inédito que demonstra como os sistemas de armazenamento de energia, em especial as baterias, podem desempenhar um papel mais eficiente, econômico e sustentável do que usinas termelétricas a gás natural no provimento de reserva de capacidade para o sistema elétrico brasileiro.


O trabalho, realizado el parceria com a Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABSAE), foi apresentado durante evento promovido pelo portal MegaWhat, em São Paulo. O relatório projeta que o Brasil precisará adicionar cerca de 47 gigawatts (GW) de capacidade firme até 2045 para assegurar o fornecimento de energiaj elétrica com segurança — cenário no qual o armazenamento desponta como solução estratégica.


Baterias superam térmicas nos cenários avaliados


A análise realizada pela Aurora Energy Research considerou dois cenários.


No primeiro, baterias e térmicas operam de forma independente, seguindo as regras atuais dos leilões. Mesmo com maior número de horas de operação (9.600 em 15 anos contra cerca de 1.800 das térmicas), o custo total do sistema foi menor com o uso de baterias.


No segundo cenário, ambas as tecnologias operam em sincronia, com perfis de despacho idênticos. Os resultados foram ainda mais expressivos: o custo do uso de baterias foi entre R$ 3,5 bilhões e R$ 4,6 bilhões por GW inferior ao das térmicas com Custo Variável Unitário (CVU) base — podendo alcançar diferença de até R$ 11,2 bilhões por GW em relação às mais caras, como as contratadas no último leilão de capacidade.


Além disso, as baterias oferecem a possibilidade de gerar receitas adicionais com operações de carregamento e descarregamento, ampliando o valor entregue ao sistema.


Armazenamento como solução para o “curtailment” e o horário de pico


De acordo com Rodrigo Borges, diretor-geral da Aurora Energy Research, os sistemas de armazenamento são fundamentais para reduzir os chamados curtailments — cortes de energia impostos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em situações de excesso de oferta — ao deslocar energia para os horários de maior demanda, como entre 18h e 21h.


“Além de mitigar riscos do curtailment, as baterias oferecem flexibilidade de locação, prestam serviços ancilares e contribuem para a descarbonização ao integrarem fontes renováveis. Tudo isso com uma curva de custo tecnológico em queda”, afirma Borges.

Paradoxo da energia solar e risco de déficit de potência


O sistema elétrico brasileiro enfrenta um paradoxo: durante o dia há abundância de energia, sobretudo pela forte presença da geração solar, mas parte dela é desperdiçada. Já no início da noite, com aumento da demanda e queda da geração solar, o sistema recorre às térmicas, mais caras e poluentes.


Com os leilões de reserva de capacidade adiados para 2026, cresce a preocupação com a segurança energética. O próprio ONS já alerta para risco de déficit de potência a partir de 2027.


Baterias: solução pronta, limpa e competitiva


Para Markus Vlasits, presidente da ABSAE, os resultados reforçam que as baterias já estão disponíveis como alternativa competitiva.


“O prazo de construção de novas térmicas não acompanha a urgência da demanda por potência. As baterias oferecem uma resposta mais rápida, eficiente e econômica”, comenta.

Segundo ele, empresas como WEG, Micropower, UCB Power, Huawei, Moura, entre outras, estão preparadas para atender a uma eventual demanda, caso o Ministério de Minas e Energia (MME) inclua sistemas de armazenamento nos próximos leilões.


A ABSAE acompanha também as discussões em andamento na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que avalia a criação de uma regulamentação específica para baterias. O objetivo é estruturar um ambiente de negócios robusto, adequado às necessidades da rede elétrica brasileira.


Imagem: Arquivo ABSAE

 
 
 

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