A Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABSAE) demonstra grande expectativa em relação ao primeiro Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) do Brasil, previsto para junho deste ano, que pode atrair cerca de 450 milhões de dólares em investimentos e adicionar 300 megawatts (MW) de potência em sistemas de armazenamento ao setor elétrico, conforme aponta relatório da consultoria Oliver Wyman, divulgado recentemente pela agência Reuters.
A ABSAE enxerga essa iniciativa como um passo crucial para a modernização e o aprimoramento da matriz energética brasileira, especialmente para lidar com a crescente participação das fontes renováveis intermitentes, como a eólica e a solar. Mas, defende que o leilão deveria prever pelo menos 3 Gigawatt (GW) de capacidade.
A ABSAE reforça também que, sem sistemas de armazenamento, o país continuará dependente de termelétricas a combustíveis fósseis para suprir gargalos, especialmente em períodos de pico de demanda. A pesquisa destaca ainda que, se o Brasil já contasse com sistemas de armazenamento em operação, a queima de combustíveis fósseis poderia ter sido reduzida em 21% entre abril e dezembro de 2024, reduzindo, assim, custos operacionais e emissões de gases de efeito estufa.
De acordo com Markus Vlasits, presidente da ABSAE, o sucesso do leilão dependerá de uma regulamentação clara e atrativa para investidores.
"O LRCAP representa um marco inédito para o setor elétrico brasileiro e um importante incentivo para a indústria nacional. Acreditamos que o armazenamento de energia será fundamental para garantir a segurança, a estabilidade e a flexibilidade do sistema, além de impulsionar uma transição energética mais limpa e sustentável", afirma Vlasits.
O presidente da ABSAE enfatiza ainda que o investimento em sistemas de armazenamento de energia não beneficiará apenas a modernização do sistema elétrico, mas também estimulará o desenvolvimento tecnológico e a geração de empregos no país.
A entidade afirma que se manterá atenta aos próximos passos do Ministério de Minas e Energia em relação ao leilão e se coloca à disposição para contribuir com a construção de um marco regulatório robusto e eficiente, capaz de atrair investimentos e consolidar o Brasil como líder na área de armazenamento de energia na América Latina.
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